Fix a Heart - Capitulo 7

Permanecemos naquele abraço por longos minutos.

Pode parecer estranho, mas eu me sentia realmente bem e de certa forma, feliz abraçando Anne, por simplesmente eu não precisar fingir estar bem para ela, por eu simplesmente poder ser o garoto cheio de problemas e confusões, o garoto inseguro, o garoto que não tinha uma razão na vida. Eu não tinha família  não tinha namorada, e meus amigos... Bem, eles eram ótimos, e sem duvidas as melhores pessoas que conheço, mas ultimamente andávamos bem distantes, e quando eles finalmente fossem para a faculdade eu sobraria. Porque eu não tinha uma razão, não tinha sonhos, não tina metas... Não tinha mais esperanças. Depois de tanto levar rasteira da vida, a gente começa a perder a capacidade de esperar por algo bom e sinceramente, eu duvido que o destino esteja reservando algo bom pra mim.

- Justin? - Anne sussurrou, e logo senti todos meus pelos da nuca se eriçarem.

- Hm? - resmunguei.

- Eu... Tô me sentindo bem. - disse ela, o tom de voz baixo.

- Eu também estou Anne. - admiti.

Annelise se afastou de mim, me deixando aflito e nervoso novamente. Ok, qual é a do meu corpo agora? Zoação com a minha cara?

- Isso não é normal. - Anne suspirou. - Justin... Nós não podemos nos envolver, você entende não entende?

- Eu sei Anne.

- Vamos fazer esse acordo? - perguntou. Assenti.

- Nunca nos apaixonar um pelo outro. - disse eu, e apertamos as mãos.

- Certo... Agora... Eu não sei o que vamos. - Anne disse. Sorri.

- Pois eu sei! - puxei Anne do sofá, logo correndo para o quintal de casa, arrastando Anne comigo.

- Justin! - Anne exclamou.

- Shiu! - a reprendi - Quero te mostrar uma coisa. - sorri conspirador. Anne revirou os olhos, mas eu podia ver a empolgação estampada em suas íris.

- O que você quer me mostrar Bieber? - perguntei.

- É um lugar que eu gosto de visitar esse horário. – expliquei. Passei pela fenda da cerca dos fundos de casa e esperei Anne me seguir. Coisa que ela não fez. – Vem Anne.

- Justin! Você tá invadindo a casa dos outros! – Anne exclamou. Revirei os olhos.

- Vem logo garota, se eu estou aqui é porque posso. – falei. Anne bufou, mas me seguiu. Segui pelo corredor ao lado da casa, acenando para a vizinha que estava na cozinha. Anne sorriu envergonhada.

- Dona Emília sabe que atalho por aqui. Na verdade é ela que cuida de mim quando estou de porre, e quando eu preciso falar com alguém é ela que me escuta. – comentei.

- Então ela é como uma mãe pra você? – Anne perguntou.

- Mais como uma avó. – sorri. – Ela não tem filhos, e me conhece desde que nasci. Eu a chamo de ‘vó’.

- Que fofo. – Anne comentou, me fazendo corar de leve.

Quando chegamos ao jardim de dona Emília, a senhora saiu da casa para nos cumprimentar. Anne, se possível, ficou mais vermelha que um tomate.

- Justin querido! – disse Dona Emília sorrindo.

- Vó! – abracei a senhora, e esta me beijou na testa. – Como a senhora está?

- Ótima meu filho, ótima. E você? – perguntou ela, carinhosamente. Dona Emília começou a tentar ordenar meus cabelos, o que me fez rir. Ela tem essa mania.

- Estou bem, e a senhora sabe que não consegue deixar eles arrumados. – comentei.

- Nunca vou desistir. – disse dona Emília.

- Deveria. - Rimos.

– Essa é tua namorada, querido? – perguntou ela. Fitei Anne, e ela estava ainda mais envergonhada. Soltei uma risadinha baixa.

- Não vó, ela não é minha namorada. Somos... Amigos. – sorri.

- Ah, certo... Você é linda querida. – dona Emília disse, e Anne sorriu.

- Obrigada. E eu sou Annelise, mas me chame de Anne se quiser. Prazer em conhecê-la, e me desculpe pela invasão. Justin disse que estava tudo bem. – Anne falou.

- Claro que está tudo bem Anne, Justin sempre vem aqui, e adoro ter companhias durante à tarde. Querem entrar e comer um pedaço de bolo? Acabei de tirar do forno. – dona Emília disse.

- Eu não estou com fome. – Anne disse.

- Mas não vamos recusar o bolo vó. – falei. A senhora assentiu sorrindo, e nos guiou para dentro da casa.

- Eu não tô com fome Bieber! – Annelise disse, assim que fomos deixados na sala por dona Emília, que fora buscar o bolo e xícaras de chocolate quente.

- Mas vai comer. – disse simplesmente. Anne bufou, mas não retrucou.

Ficamos algum tempo na casa de dona Emília, que nos fez comer, além do bolo, salgadinhos e docinhos de festa. Depois de prometer aparecer mais vezes e levar Anne comigo, conseguimos nos despedir da senhora, e enfim pude levar Anne ao lugar que pretendia desde o começo.

Encontrar dona Emília fora um bônus para a alimentação de Anne.

- Aqui é lindo. – Anne disse por fim. Estávamos em um parque que tinha algumas quadras da rua de dona Emília, ele era totalmente aberto e dava uma visão privilegiada do pôr do sol. Havíamos sentado na grama, e agora observamos o horizonte enquanto o sol se punha.

- Eu sei.  Gosto de vir aqui e pensar na vida. – expliquei.

- Quando o sol se põe, eu me sinto perdida. As noites são solitárias para mim, então não gosto do pôr do sol, por mais lindo que ele seja. – Anne disse.

- Talvez você esteja vendo pelo lado errado. Pensa que, com a chegada da noite vêm as estrelas que vão te guiar para a luz. Nenhuma noite é completamente escura, assim como nenhum dia é completamente iluminado. – falei.

- Se você pensa assim... Porque tem tantos problemas? – Anne perguntou.

- Pensamentos não resolvem problemas e muito menos os impedem de acontecer. – disse por fim.

Permanecemos em silencio por vários minutos, apenas sentindo a presença um do outro. Meus pensamentos estavam loucos e confusos.

Eu me sentia tão bem e leve perto de Anne, era como se um peso saísse de cima de mim, me deixando livre. Mas quando ela se afastava, o peso voltava, e com ele todas as frustrações e problemas que me envolviam. Mas eu tinha certeza de que não estava apaixonado por ela. Também não poderia estar. Eu mal a conhecia, não sabia nada sobre ela. Anne era linda, sem duvidas, mas era só isso. Eu não a conhecia interiormente, não sabia se ela gostava de rosas brancas ou vermelhas, ou se preferia chocolate ao leite ou amargo. Coisas simples, mas de uma importância vital. Sou o tipo de cara que se apaixona por detalhes, não pela pessoa num todo. Foi assim com minha ex, que no todo era uma vadia desgraçada que na primeira oportunidade, me traiu com um de meus melhores amigos e também fora assim com todas as outras três namoradas que tive.

- Porque ela te traiu? – Anne perguntou.

- Quem?

- Tua ex.

- Como sabe disso? – indaguei. Nunca havia mencionado isso para ela e perto dela.

- Caitlin me contou que você nunca teve sorte com namoros. – Anne explicou.

- É. Eu realmente nunca tive sorte. Sempre namorei vadias que fingiam serem garotas legais. – dei de ombros.

- Mas porque ela te traiu?

- Disse que eu não dava atenção para ela e que era um péssimo namorado.

- Caitlin disse que você era um ótimo namorado. – Anne falou.

- Eu era. Mas não o suficiente para minha ex. – disse amargo.

- Você ainda gosta dela? – Annelise me fitava curiosa.

- Talvez. Só se cura um desamor com um novo amor. E eu não me apaixonei por nenhuma garota depois dela. Talvez eu ainda goste dela. – dei de ombros novamente.

- Ela não te merece. – Anne disse por fim.

- Sei que não. – suspirei.

- Você precisa esquecer ela. Para se livrar de um dos problemas que te atormentam. – Annelise disse.

- Eu vou. Só preciso de mais um tempo. – sorri.

- Eu vou te ajudar. – disse ela.

- Sei que sim.

Anne deitou a cabeça em meu ombro, e eu apoiei meu queixo no topo da mesma. Pelo resto da tardinha, e boa parte da noite ficamos ali, olhando para o horizonte e esperando que algum milagre nos salvasse. Mal sabia eu, que em algumas semanas nos tornaríamos o milagre um do outro.

Notas: Hey babes, tudo bem? Bem, não vou me desculpar pela demora. Já disse que só posto quando tiver 10 comentários ou mais, e quando entrei aqui domingo tinham sete. Enfim, cá estou com esse capitulo que eu considero fofo. Espero que ate domingo tenham meus 10 comentários, ou eu não posto. Bjobjo, espero que tenham gostado. XxGrazie (@mylifesdrew) Ps.: Quem quiser que eu avise sobre capítulos novos pelo twitter, deixe o user nos comentários.